segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A POLÍCIA MILITAR JÁ NÃO CONSEGUE CUIDAR DA SUA PRÓPRIA PROTEÇÃO

Matéria do G1.
22/11/2010 11h38 - Atualizado em 22/11/2010 11h45
Cabine da PM é baleada em Irajá, no subúrbio do Rio
A polícia ainda não sabe quem foi o autor do disparo.Crime aconteceu depois de uma série com cinco arrastões.

Cabine da PM metralhada no Rio
Uma cabine da Polícia Militar foi atingida por um tiro disparado por criminosos, na manhã desta segunda-feira (22) na Rua Monsenhor Félix, em Irajá, no subúrbio do Rio de Janeiro. A Polícia Militar ainda não tem informações sobre quem seria o autor do disparo.

O crime ocorreu após uma sequência de cinco arrastões, em apenas 24 horas, realizada em vários pontos na capital e no Grande Rio. Entretanto, a PM ainda não tem informações se o disparo contra a cabine tem alguma relação com os arrastões.

Rio tem sequência de cinco arastões em menos de 24 horasDepois da série de ataques contra motoristas, o governador Sérgio Cabral afirmou que a polícia prepara uma reação organizada para os ataques criminosos. Cabral admitiu que os crimes podem ser reflexo da expansão das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). "Claro que isso tem a ver com a reorganização do território que reconquistamos. Vamos continuar pacificando porque ainda tem comunidades que servem de fortaleza e escudo para o crime”, disse o governador.
“Beltrame está reunido com a cúpula da segurança pública para definir quais serão os próximos passos da Polícia Militar. Estamos preparando uma reação organizada", disse o governador durante um Seminário Internacional sobre Políticas de Enfrentamento de Eventos Climáticos.
Motos vão reforçar policiamentoUma das medidas para melhorar a agilidade dos policiais nas ruas é o aumento do uso de motocicletas. “O objetivo é conseguir chegar mais rápido ao local das ocorrências, já que os engarrafamentos dificultam a chegada dos carros”, explicou o Relações Públicas da Polícia Militar, Coronel Lima Castro.
Ele nega que haja suspeita de que os ataques em diferentes partes do Rio tenham sido orquestrados por uma mesma quadrilha. “Já temos uma suspeita sobre um grupo que estaria novamente agindo na Zona Sul. Todos os dados estão sendo analisados pela área de inteligência para que a gente possa colocar essas pessoas atrás das grades”, afirmou Lima Castro.
'Pensei: acabou a minha vida', diz vítima. Uma das vítimas do ataque de criminosos que incendiaram três veículos na manhã desta segunda-feira (22) em Irajá, no subúrbio do Rio, o mecânico Wagner Villas Boas, de 45 anos, foi confundido com um policial e chegou a ficar na mira de uma arma engatilhada antes de ver seu carro em chamas.
“Eles chegaram, cheios de fuzil, gritando: ‘perdeu! perdeu! Borel!' Um me mandou sair do carro, eu levantei, pedi a carteira de habilitação e eles acharam que eu era policial. Aí um foi para tacar fogo no banco do carro e o outro pegou a minha carteira e engatilhou a arma. Mas com o barulho do impacto do fogo, eles saíram correndo e eu também. Pensei: acabou a minha vida. Achei que eles iam colocar fogo no carro comigo e tudo”, lembra ele, que tinha acabado de deixar o filho, com quem passara o fim de semana, na escola e voltava para casa para ir trabalhar.
Como foiApós o fim de semana de arrastões no Rio e Grande Rio, cinco homens armados fecharam a Rua Itapera, em Irajá, no subúrbio da capital, nas proximidades do Trevo das Margaridas, na Avenida Brasil, nesta manhã e assaltaram pelo menos três motoristas. Segundo policiais do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), os suspeitos roubaram os pertences dos motoristas e incendiaram três carros.
De acordo com o BPRv, não há informações sobre feridos. Os veículos foram incendiados na saída da Via Dutra, na pista sentido Centro. Com isso há reflexos no tráfego da rodovia, que está congestionado a partir do Trevo das Margaridas.Dutra e Linha VermelhaDurante o fim de semana, os cariocas foram vítimas de pelo menos quatro arrastões. O primeiro crime aconteceu na Linha Vermelha, no início da tarde de domingo (21), quando seis homens armados de fuzis incendiaram dois veículos e dispararam várias vezes contra um carro da Aeronáutica. Ninguém ficou ferido.

O ataque ocorreu na via expressa, no acesso a Duque de Caxias, na pista sentido Rodovia Presidente Dutra. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, um terceiro carro, um Corsa, também foi roubado pelos criminosos, mas não foi incendiado.
A outra ocorrência foi na Rodovia Presidente Dutra, altura do Km 163, na Pavuna, no subúrbio. Segundo a polícia, três homens armados com fuzis atacaram motoristas na Dutra, pista sentido São Paulo. Eles roubaram um Prisma e um Kia. Policiais militares que passavam pelo local trocaram tiros com os criminosos. Não há informações sobre feridos.
Zona SulÀ noite, na Rua Presidente Carlos Campos, próximo ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul, quatro homens armados com pistolas, que estavam em um Peugeot, atacaram os ocupantes de um veículo que estava estacionando em Laranjeiras. Eles levaram os pertences das vítimas, que voltavam de uma festa, e fugiram.
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Medo de arrastão deixa cariocas em sinal de alerta, dizem especialistas.

Momentos depois, bandidos usaram um carro para fechar uma rua na Fonte da Saudade. A polícia suspeita que os arrastões tenham sido cometidos pela mesma quadrilha. Uma das vítimas comemorava aniversário.
Motorista morto durante tentativa de assalto na BR-116No sábado (20), um motorista foi morto durante uma tentativa de assalto na BR-116, No trecho Rio-Magé. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de oito homens armados em três carros fecharam uma das faixas da pista sentido Rio de Janeiro, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ainda de acordo com a PRF, a vítima passava pela rodovia com a mulher e o filho, quando foi abordada por um dos assaltantes. O criminoso teria atirado após o motorista desobedecer à ordem de parar. A vítima bateu em outros carros, deixando duas pessoas levemente feridas.
Nova modalidade de crime. Desde o início do mês de novembro, foram registrados mais de sete ataques de criminosos que terminaram com veículos incendiados. A Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil investigam se esta já pode ser considerada uma nova modalidade de crime. O incêndio dos veículos seria para destruir provas contra os criminosos.
A série de assaltos vem mudando a rotina do carioca e deixando motoristas em sinal de alerta, mudando horários e alterando opções de caminhos ao se deslocar pela cidade.
Policiais encontram uma garrafa pet com gasolina na proximidades do Trevo das Margaridas, em Irajá, no subúrbio do Rio. ( Agência O Globo)
Esta é uma das várias matérias com referência aos últimos acontecimentos no Rio de Janeiro. A "briosa" Polícia Militar, já não sabe mais o que fazer, porém prefere não adimitir e continua tentando tapar o sol com a peneira. A "ótima" idéia da UPP, que faz um remanejamento e acentamento de bandidos nos locais de menor interesse da própria polícia, tem seus problemas, que são claros, como a falta de policiamento nas ruas, um dos motivos que facilitou a morte de um policial militar no Centro da Cidade, na semana passada, após um roubo de um celular, situações que os Guardas Municipais, tem atuado constantemente, desarmados o que é pior. Outro problema é a falta de monitoramento das nossas principais vias, talvez se o 2º Sargento PM Romildo do Carmo Rodrigues, que fotografou o guarda e os reboquistas em flagrante, culminando na prisão dos mesmos, fizesse uma palestra para o comando da PM sobre a importância de registros fotográficos e monitoramento, nós teríamos algum resultado positivo, porém corre o risco de muitos policiais ficarem presos por extorção e outros. Seria uma limpeza geral. É lamentável viver assim!

Um comentário:

  1. Boa noite,

    É impossível, após ler esta postagem, não fazer um comentário.
    Há bem pouco tempo viamos viaturas da Polícia Militar do Rio de Janeiro com o adesivo de comemoração de seus 200 anos.
    Legal se ter uma história bicentenária, o que é lamentável é estar marcada como a grande complicadora do processo democrático no Estado do Rio de janeiro.
    Para falar a verdade, hoje, aqui em minha residência entrincheirado esperando ser a próxima vítima, fico me questionando sobre o que exatamente se tratava tal comemoração. O resultado de toda esta história está aí nas ruas nesta data triste.
    Estou em casa agora confinado porque alguns representantes da briosa, como já noticiado nos jornais do Brasil e do mundo, facilitaram por ação ou omissão a entrada de todo o tipo de armamento na cidade para o fortalecimento do tráfico de drogas, não sou quem diz isso, são os jornais.
    No mesmo ano em que fomos ridicularizados na televisão, com o caricato personagem Abel estava em cartaz o filme "Tropa de Elite" o qual só serviu, para popolarizar e internacionalizar a nossa versão tupiniquim da política do medo e mostrar o quanto o povo aceita sua própria cultura de aceitação da brutalidade institucional.
    Só estou fazendo alusão a tal filme, pois vemos claramente aspectos do coronelismo o qual o senhor se refere, a qual concordo plenamente. Porém hoje ainda vemos vestígios da Ditadura Militar e das Capitanias Hereditárias lá no começo do Brasil Colônia.
    Pode parecer viagem, mas dividir pedaços de terra para pessoas explorarem e pilharem como espólio, mostra bem a visão arcaica de encarar aspectos políticos de nosso sistema, o qual só se estabelece e é possível pela falta de educação como POLÍTICA DE ESTADO, pois a maioria da população não tem instrução suficiente nem para discutir este assunto, que dirá discernir entre certo e errado nesta questão.
    Quando estudamos a Ditadura vemos que o processo de transição é marcado pelo fato dos militares da época defenderem a idéia que esta deveria ser lenta e gradual para que o país não entrasse em um colapso.
    Lenta está sendo, pois mesmo com uma Constituição humanista e cidadã, datada de 1988, 22 anos atrás apenas, não conseguimos usufruir plenamente da conquista da democracia e abusos em direitos individuais são corriqueiros em pleno ano de 2010.
    Remontando o texto anterior, o que vemos hoje não é o controle social exercido pelo Estado, mas sim do SISTEMA, e ele e encabeçado pelos políticos, os mesmos que estavam com bandeirinhas na Cinelândia em 1985 e 1986 na constituinte.
    Esta "cabeça" tem como seus braços executores, principalmente, elemntos do que tratamos como coronelismo recente na esfera estadual, os quais assim como na teoria se aplica ao Estado; no SISTEMA usam do modelo de controle social social mais arcaico que existe: A PROMOÇÃO DA INSEGURANÇA PARA O PLENO EXERCÍCIO DA FORÇA.
    AFINAL, VENDE-SE DIFICULDADES PARA SE COLHER FACILIDADES.....

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